Sou apenas uma guria interiorana, sem dinheiro no banco, sem parentes importantes…

Não sei comer com hashi, aliás, nunca experimentei comida japonesa. Não tenho fotos na neve com ou sem esqui, nem foto em algum ponto turístico, daqueles que todo mundo vai quando criancinha. Nunca fui a um zoológico. Nunca escalei nada além da porta do meu quarto (a long time ago).

Não pulei de para-quedas, muito menos de bung jump, ainda não tenho tatuagens. Sei nada de vinhos, de bebidas em geral, e não tenho o paladar apurado.

Mal sei distinguir perfumes cítricos dos amadeirados. Divido-os entre os que gosto e os que não gosto. Eu gesticulo quando falo e às vezes minha risada é alta.

Tenho problemas com o silêncio, não consigo ficar quieta. Eu falo com quem eu não conheço e eu estendo a mão. Eu reparo nas pessoas, não nas roupas, mas na face, se triste ou se feliz. E eu esboço um sorriso, quase um pedido de desculpa por adentrar no mundinho de cada um.

Eu tenho problema com o salto alto, pra combinar roupas, dependendo o zebrado e o tigrado poderiam formar um belo par. Não gosto de tigrado mas queria um vestido assim.

Meu cabelo é um caos. Sempre foi, desde que eu comecei a “cuidá-los”.

Sei as regras básicas de etiqueta, mas por vezes tenho vontade de colocar o cotovelo sobre a mesa e escorar minha cabeça pra continuar a conversa.

Eu fui 2 vezes na vida para a praia. Nunca saí do Rio Grande do Sul. Fiz minha primeira viagem sozinha aos 14 anos pra casa dos meus avós, e somente aos 19 viajei novamente sozinha, com um pouco mais de briga, afinal, a ‘capital’ não parecia um lugar apropriado pra mim, em meio a tanta gente desconhecida, na real, sem conhecer ninguém de verdade.

Nunca tentei pular a janela no meio da noite, nunca usei qualquer tipo de droga ilícita, e nunca achei divertido que usassem perto de mim. Cada um com seu livre-arbítrio, mas…

E na minha total deselegância, no meu desconhecimento e ignorância, de toda a minha caretice, posso jurar que não há rotinas em minha vida. Sempre tenho novas histórias e por vezes inacreditáveis.

Não estou convidando ninguém a me conhecer e nem estou dizendo que faço da minha vida um Walt Disney World, mas dentro das minhas limitações, dentro das minhas posses e com tudo que até hoje pensei em fazer, sei que minha vida não se finda tão fácil.

De tédio eu não morro! Então, por favor, não tenta me julgar mais, ok?

;)

4 comentários:

Felipe Lacerda Bicalho disse...

Gostei. Pela simplicidade, pela presena de uma personalidade. Gosto de belezas simples e francas.
Como esse texto.

Glaucia disse...

Amei o post. Sei bem o que é não fazer parte das "obrigatoriedades" que as pessoas inventam como regra.
Muito legal saber que não sou a única ET perdida nesse mundo!
Um abraço.

J P Martines disse...

è.. com certeza muito mais gente se identifica com este pequeno textículo! É incrível a maneira que tu consegue de causar empatia em mim, enfim, nas pessoas! Só adiciona a este texto mais uns 37 capítulos e dará um ótimo livro! :D:D Bjoos.. Curti demais

Péssimas disse...

aiai, miga! Podexá que quando eu levar o B no zoo te levo junto!
AMO